RESIDÊNCIA CHIYO HAMA
AUTOR(ES): RUY OHTAKE
DATA DE PROJETO: 1967
LOCALIZAÇÃO: RUA EMBOABAS, BAIRRO BROOKLIN PAULISTA, SÃO PAULO, SP.
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.367, P.26, NOV.1969. CBA nº1/2, 1976.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.236

A “casa-praça” é um esquema formal que Ohtake exercita a partir da residência Hama, definindo um tema que admite inúmeras variações. Por sua característica coberta e privativa é mais abrigo do que praça (uma casa não pode ser aberta e pública); mas a idéia de atribuir-lhe uma imagem urbana pretende transcender seu caráter de encomenda pontual, no sentido de um experimento para um trecho de cidade. De fato, seu desenho aproveita as características do típico lote paulistano, de pouca frente e muito fundo, e de suas limitações legais, como os recuos obrigatórios de todas as divisas, que tende a tornar a casa um objeto isolado; exigências que a proposta subverte, ao mesmo tempo em que bisca resguardara intimidade da família. A solução proposta poderia ser considerada uma variante das casas-pátio, seja retomando e alterando o precedente notável da casa tradicional romano-ibérica, seja incorporando certos temas na revisitação miesiana da casa pátio: a laje plana de concreto com bordos em pérgula define a cobertura/sombra, graças ao contraponto com os muros altos onde se apóia, que rigidamente delimitam o lote, eclipsando a percepção dos recuos que a isolariam como objeto, mas distinguindo-a e isolando-a dos vizinhos.

O esquema da casa-praça-abrigo térrea é definido pelos muros limítrofes altosnos quais se apóia uma laje plana que define a cobertura-abrigo, cujas bordas se esgarçam para que a luz penetre (atendendo aos recuos obrigatórios), quase sempre sem colunas intermediárias de apoio; sob a qual se dispõem uns poucos compartimentos de dimensões mínimas (dormitórios-gaveta, banheiros compactos) as demais atividades se integrando aos espaços comuns; meias-paredes, em geral curvas, parcialmente envelopam alguns ambientes, numa explícita referência à solução da sala de jantar da casa Tugendhat de Mies. Caixilhos de vidro temperado sem montantes e/ou portas pivotantes de madeira conformam uma linha mista quebrada que define uma área “interna” da casa, mas sem perda de certa diafaneidade e impermanência essencial dos limites.

 

FOTOS:

   
Fonte: Acrópole n.367, p.26    

LOCALIZAÇÃO:

DESENHOS TÉCNICOS: LAURA REIS


Planta


Cortes

 

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